Avintes é uma das vilas de Vila Nova de Gaia com mais monumentos e cada um deles tem o seu encanto e história, que embelezam ainda mais a freguesia.
Igreja Matriz S.Pedro de Avintes
A Igreja paroquial foi construída em 1787. Orientada para ocidente, possui uma fachada modesta, mas com limites arquitetónicos bastante harmónicos.
Edifício coberto de azulejos antigos, ao lado ergue-se a torre, um pouco desalinhada da fachada por uma pirâmide quadrangular, onde se encontram quatro sinos de fabrico recente.
Dentro da igreja, no altar, destaca-se um nicho, onde se pode observar a imagem de S. Pedro, padroeiro de Avintes. O altar-mor e os altares do transepto são belos exemplares de talha joanina,
elegantes e equilibrados.
Capela Nossa Senhora dos Prazeres
De arquitetura muito simples, é constituída por quatro colunas torcidas, encimadas por capitéis, e no centro por um retiro emoldurado com a pintura da Virgem a fugir para o Egipto.
Pensa-se que a capela já existiria no século XVI.
Capela da Quinta de Fiães
Dedicada a Sto. António de Loyola, possui uma fachada barroca e um altar em estilo neoclássico, com quatro colunas, duas das quais, falsas, rematadas por capitéis de influência jónica. Dentro da
igreja, ao centro, encontra-se uma pintura a óleo que representa a aparição da Virgem a S. Pedro. Existem ainda as imagens de Santo Inácio e de S. Francisco Xavier.
Capela de Santa Isabel
A mais antiga foi inaugurada em 1868 e aí venerava-se a imagem de Santa Isabel. A segunda construção, inaugurada em 1932, situa-se ao lado da primeira capela.
Capela da Quinta da Gandra
Em estilo barroco, exibe na cúpula uma cruz ladeada por archotes. Sobre a porta, apresenta uma rosácea ornamentada por um fino cordão e, no interior, encontra-se um retábulo com duas colunas de
capitéis coríntios e mísulas laterais. Ao centro, é visível a imagem da Nossa Senhora do Carmo, ladeada por dois querubins, num nicho emoldurado com fina talha e folhas de acanto, e, por baixo,
encontra-se a imagem de Nossa Senhora das Dores, num outro nicho.
Dentro do mesmo estilo, encontramos ainda a capela de Santo António na Quinta de Porcas.
Capela do Sr. dos Aflitos (Igreja)
Sendo uma das mais antigas existentes em Avintes, é também das mais modestas. É uma pequena capela, com uma porta redonda e uma cruz a rematá-la. No interior, há um pequeno altar com uma coluna
jónica, que tem no capitel a data de 1662; sobre este, assenta uma cruz com a imagem de Jesus Cristo, talhada na mesma pedra, e por baixo encontra-se a imagem de Nossa Senhora das Dores. A
decoração, bastante simples, apresenta apenas dois anjos de madeira e a pia da água benta.
Capela do Senhor do Palheirinho
A capela do Senhor do Palheirinho foi construída em 1790, a mando de duas irmãs que viviam naquele lugar, num pequeno casebre, um palheirinho. Dentro da igreja, encontramos ainda a imagem de
Santo António pintado e retocado e a imagem de Santa Quitéria.
Lenda da Capela do Sr.Palheirinho
Há muitos anos, no município de Vila Nova de Gaia, em Avintes, vivia num palheiro uma pobre e piedosa viúva. Perto deste local, num lugar de fé, morava um abastado lavrador e a sua esposa.
Este lavrador era conhecido por ser um homem maldoso, ao contrário da sua esposa, que era uma mulher caridosa e que tratava dos doentes e dos mais necessitados enchendo-lhes a despensa. Um dia, o
lavrador descobriu as atividades da sua esposa e, como ficou furioso, disse-lhe:
- Faz as malas e vai-te embora.
Perante esta atitude, ela respondeu:
- Vou embora, mas vou continuar a praticar o bem. ADEUS!
Pegou na sua trouxa e seguiu caminho, dirigindo-se para o palheiro onde vivia a sua amiga. Esta recebeu-a carinhosamente.
- Minha amiga, o que fazes com essa trouxa?
- Foi o meu marido que me expulsou de casa.
Desta forma, as duas resolveram viver juntas, praticando o bem e ajudando, gratuitamente, quem precisasse. Essas duas senhoras eram tão conhecidas pela sua santidade que as pessoas lhes
pediam para rezar pelas suas almas, dando-lhes esmolas como forma de agradecimento.
Ambas tinham o sonho de construir um templo. Assim, quando julgaram ter amealhado o suficiente, iniciaram a construção do mesmo e, ao lado, uma casa onde juntas pudessem viver. A imagem de
Cristo crucificado na capela passou a ser conhecido por senhor do palheirinho, por ter sido o palheiro a habitação e o local de oração das senhoras.
As Alminhas são testemunhas do fervor religioso popular. Um dos mais belos exemplares desta arquitetura popular encontra-se no lugar de Campos, tendo no seu interior um Cristo pintado numa cruz de granito.
Uma outra prova da fé popular são os cruzeiros, que também se encontram por toda a parte, aliás, Avintes é das freguesias do concelho que mais cruzeiros reúne. De entre os vários cruzeiros,
destaca-se um tosco, talhado em granito, que tem incrustado as chaves de S. Pedro.
Existe ainda o Cruzeiro do Alferes, levantado em 1737, no cruzamento da rua 5 de Outubro com a rua da Escola Central. O seu nome deriva do facto de ter sido um antigo alferes que o mandou
construir. No alto do pedestal, encontra-se a imagem da Senhora do Bom Sucesso.
Uma mesa larga de granito, ladeada por dois bancos e encabeçada por outro mais alto, atrás do qual se ergue um majestoso, frondoso e velho sobreiro. Tratava-se de uma espécie de tribunal ao ar
livre, cujo sobreiro com uma ampla copa proporcionava a necessária sombra durante as sessões.
Gravada na pedra da mesa, encontra-se a data de 1742, ano em que a pedra de audiência no lugar da quinta foi erigida. Antes de existir a pedra da audiência, os julgamentos ter-se-iam efetuado nas
igrejas e mais tarde nos adros pousadouros, a partir de 1724 passaram a realizar-se ali.
Todas as quartas-feiras, pelo meio-dia, sentavam-se o juiz do couto, o escrivão e o meirinho para julgar e pronunciar as decisões.
Esculpida em bronze assente numa base de granito lavrado, é de autoria do escultor Henrique Moreira, foi inaugurada em 1974. A padeira de Avintes é recordada pela alegria com que participava nas “pelas” da procissão do “Chorpus Christi”. Com o seu traje típico (lenço branco em pregas, cruzado sobre o peito), é o modelo das mulheres de Avintes. Nesta figura típica estão representados vários dos ofícios de Avintes.
No século XX, a Junta passou a reunir no edifício das escolas paroquiais, procedendo-se em 1984 a obras de adaptação do edifício para esse fim. Atualmente, a Junta desenvolve atividades culturais, assim como o funcionamento de uma Biblioteca Pública.
Solar Van-Zeller
Desde 1702, o solar da Quinta de Santo Inácio foi mandado construir para servir como residência de verão a uma prestigiada família burguesa ligada ao comércio do Vinho do Porto, os
Van-Zeller.
Após três séculos em que a casa foi palco de vários acontecimentos históricos e testemunho das vivências das sucessivas gerações que a habitaram, a família abriu os seus portões ao público para
que todos a possam conhecer.
A visita à casa mostra-nos as memórias do quotidiano de uma família.
A casa desvenda-nos a vida da época e região onde há objetos curiosos por toda a parte e outros vanguardistas para a época.
As festas populares hoje ligadas ao calendário e manifestações religiosas têm, a maior parte delas, uma raiz profana que remonta, pelo menos, à época da ocupação romana.
Festa do Senhor dos Passos
Realizada no quinto domingo da Quaresma, a principal manifestação é a magnífica procissão que percorre as artérias mais importantes da freguesia.
Festas da Nossa Senhora dos Prazeres
Decorre no domingo a seguir ao Santo António.
Festa da Nossa Senhora das Necessidades
Realiza-se no segundo domingo de julho desde 1747.
Festa de Nosso Sr. do Palheirinho
Realiza-se no primeiro domingo de agosto e encerra o ciclo das festividades religiosas.
Festa da Broa
A broa de Avintes é o produto mais afamado e popular da freguesia de Avintes. De pequenas dimensões mas bastante densa e pesada, a broa de Avintes
distingue-se bem pelo característico formato e pelo inimitável sabor. A festa da broa realiza-se desde 1988, na última de agosto.
Cascatas de Santos Populares
Avintes é ainda conhecida como a terra dos cascateiros. A Cascata é como um pequeno mundo, um mundo criado e recriado à semelhança do existente na realidade.
O Teatro é um dos grandes vetores de expressão da Cultura Avintense. Na expressão, feliz, do escritor José Vaz, é uma arte onde os protagonistas se podem definir como "Os emprestadores da Alma".
Homens e mulheres que não fazem desta arte profissão, mas que só são amadores na forma como, de facto, amam cada personagem que representam. Na atualidade, "Os Plebeus" e o "Grupo Mérito
Dramático Avintense" são os dois grandes protagonistas da cena teatral avintense.
Assim, Avintes é considerada a capital do teatro amador de Portugal.
Instalado em 1983 pela Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, o Parque Biológico de Gaia abriu as portas inicialmente com dois hectares.
Entre 1997 e 1998, o Parque levou a cabo um ambicioso programa para melhorar as condições de recepção de visitantes, reabrindo ao público dotado de um Centro de Acolhimento - com auditório, salas
de exposições, condições de alojamento, posto de venda, bar e esplanada - e com a sua área ampliada para 35 hectares.
A necessidade da existência do Parque começou a ser sentida a partir dos anos 70, quando escolas e outras instituições começaram a solicitar às Associações de Defesa do Ambiente e outros
organismos de Conservação da Natureza a organização de aulas de campo e visitas de estudo a locais adequados.
Perante essas solicitações, no Norte foram realizadas acções de contacto com a natureza no Parque Nacional de Peneda-Gerês, na Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto, na Barrinha de Esmoriz, e
na Serra de S. Justa, entre outros locais.
Nem sempre porém esses sítios estavam preparados e equipados para o objectivo que os norteava: faltavam-lhes centros de acolhimento, percursos marcados, informação e equipamentos para
desenvolvimento de actividades conexas.
Pensou-se então em procurar na periferia do Porto, na área rural-urbana, onde se situam as velhas quintas abandonadas, um local disponível para a instalação de um "equipamento de educação
ambiental".
Não havia qualquer projecto nem modelo pré-fixado para o "equipamento" pretendido, mas tão-só algumas ideias:
- Mostrar a natureza próxima da cidade, sem fazer porém uma reserva natural;
- Mostrar a fauna, sem fazer porém um jardim zoológico;
- Mostrar a flora selvagem, sem fazer porém um jardim botânico;
- Preservar e mostrar o património cultural, sem fazer porém um museu ou eco-museu.
Então, em 1982, a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia sugeriu a possibilidade do projecto arrancar numa velha quinta que acabava de ser comprada para instalação do horto municipal; a
localização era conveniente, a paisagem interessante, a dimensão apropriada.
Perante a total falta de experiência, em Portugal, relativa a centros de iniciação ambiental, optou-se, com o apoio do Comité dos Desafios da Sociedade Moderna, da Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN), por efectuar uma visita de estudo a diversos equipamentos com finalidades semelhantes espalhados pela Europa, no fito de recolher as ideias que a eles presidiram.
O projecto Parque Biológico, finalmente concluído no final de 1983, é o resultado de todas estas experiências visitadas.
O Parque Biológico de Gaia deixa de ser um departamento da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia e ganha autonomia ao transformar-se em Empresa Municipal em 28 de Julho de 2000.
Em finais de 2010 a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia delibera fundir duas empresas municipais: as Águas de Gaia e o Parque Biológico de Gaia.
Situado na periferia da cidade de Vila Nova de Gaia, freguesias de Avintes e Vilar de Andorinho, o Parque Biológico estende-se pelo vale do rio Febros, um afluente da margem esquerda do Douro, em
cuja proximidade se disseminam velhas casas rurais, moinhos e engenhos de buchas.
Os troços da magnífica paisagem de que ainda hoje podemos fruir são o fruto da acção do Homem sobre a natureza, na sua busca de melhores condições para a agricultura, a criação de gado, a moagem
e, em geral, para todas as suas actividades.
Durante séculos, quem por aqui se deteve – por exemplo as gentes que ergueram a Mamoa de Lijo (dólmen descrito num documento de 1116, localizado perto do Parque Biológico e hoje desconhecido);
que construíram o Castro do Guedes (aldeia fortificada pré-romana, localizada a 500 m do Parque); que povoaram a "villa abientes" doada por D. Gundesindo ao Mosteiro da Lavra no ano de 897; que
demandaram Santiago de Compostela pela "Estrada de Viseu" (a qual cruza o Parque) – procedeu ao arroteio dos bosques e florestas, à construção de muros e socalcos, à abertura de minas e poços, à
modelação e fixação do leito do rio Febros para a instalação de moinhos, e à substituição das espécies vegetais originais por outras com maior interesse agrícola ou florestal.
A altitude do Parque varia somente entre os 47,8 m e os 98 m e o seu relevo é em grande parte artificial, uma vez que os antigos lavradores armaram o terreno em socalcos.
Do ponto de vista climatológico, o Parque Biológico situa-se numa região de clima geral marítimo-atlântico, caracterizado por um Verão fresco e um Inverno agradável, e uma precipitação superior a
1000 mm. As brumas são frequentes, mesmo no Verão, e ar é bastante húmido todo o ano.
O Parque está contudo situado numa zona microclimática parcialmente protegida dos ventos atlânticos
pela sua baixa altitude e pela presença de uma pequena montanha (Monte da Virgem, 233 m); os sinais de clima continental fazem já notar-se, através de temperaturas mais extremas do que no resto
da região.
A boa aceitação que o Parque Biológico tem junto da população urbana e suburbana da região reside no facto de ele constituir um memorial do espaço rural anterior à urbanização e, nele, os
visitantes, muitos originários desse mesmo mundo, encontrarem as referências da juventude.
Assim sendo, o Parque desempenha uma das mais importantes funções das zonas verdes, o contacto com a natureza fonte de equilíbrio psicológico.
Esta função é potenciada pela aparente
desorganização espacial do Parque, resultante da recusa do modelo de jardim ou parque formal.
De facto no Parque Biológico procura-se preservar a paisagem típica da região, ao tempo em que
ela era essencialmente um grande espaço agrícola.
Os elementos dessa paisagem – as bouças, os campos de cultivo, os caminhos vicinais, as casas rurais, os moinhos, o ribeiro, os muros, as noras, os açudes, a fauna selvagem e a flora espontânea,
o homem e a sua cultura – estão representados no Parque Biológico e são preservados e explicados ao visitante que ali revê o moinho da sua infância ou a poça de água do ribeiro onde aprendeu a
nadar.
Da compreensão dessa paisagem e da comparação com a envolvente próxima, rur-urbana e urbana, resulta uma maior sensibilização para os problemas do ambiente.
No Parque Biológico, mais importante do que aprender o nome das árvores ou das aves, é perceber o contraste, largar a estrada e entrar nos caminhos, deixar para trás o barulho dos carros e ouvir
os pássaros e o marulhar do rio Febros e, após uma hora ou hora e meia de mergulho no mundo que estamos a perder, regressar de chofre à confusão de uma movimentada cidade.
Assim se abrem os olhos e os espíritos para a necessidade de planear o território, de manter amplos espaços verdes nas cidades, de proteger os rios, a fauna, a flora, a construção tradicional,
todo um conjunto de valores referenciais da nossa civilização.
A educação ambiental é um processo de cativação e envolvimento do cidadão na resolução dos problemas ambientais que afligem a
Humanidade; uma boa maneira de começar esse processo é pela demonstração das contradições da grande cidade, e do que isso significa para cada um de nós em termos de qualidade de vida.
No Parque Biológico procura-se preservar a paisagem típica da região, ao tempo em que ela era essencialmente um grande espaço agrícola.
Os elementos dessa paisagem - as bouças, os campos de cultivo, os caminhos vicinais, as casas rurais, os moinhos, o ribeiro, os muros, as noras, os açudes, a fauna selvagem e a flora espontânea,
o homem e a sua cultura - estão representados no Parque Biológico e são preservados e explicados ao visitante que ali revê o moinho da sua infância ou a poça de água do ribeiro onde aprendeu a
nadar.
Da compreensão dessa paisagem e da comparação com a envolvente próxima, rur-urbana e urbana, resulta uma maior sensibilização para os problemas do ambiente.
No Parque Biológico, mais
importante do que aprender o nome das árvores ou das aves, é perceber o contraste, largar a estrada e entrar nos caminhos, deixar para trás o barulho dos carros e ouvir os pássaros e o marulhar
do rio Febros, e após uma hora ou hora e meia de mergulho no mundo que estamos a perder, regressar de chofre à confusão de uma movimentada cidade.
Assim se abrem os olhos e os espíritos para a necessidade de planear o território, de manter amplos espaços verdes nas cidades, de proteger os rios, a fauna, a flora, a construção tradicional,
todo um conjunto de valores referenciais da nossa civilização.
A educação ambiental é um processo de cativação e envolvimento do cidadão na resolução dos problemas ambientais que afligem a Humanidade; uma boa maneira de começar esse processo é pela
demonstração das contradições da grande cidade, e do que isso significa para cada um de nós em termos de qualidade de vida.
A foto ilustra um dos engenhos-de-buchas do Parque, um dos antigos sistemas de elevar água dos poços, para rega. Característico da região entre Estarreja e Matosinhos, este mecanismo era movido pela força de um animal.
A flora natural do parque é muito variada: mais de 200 espécies de plantas selvagens estão inventariadas.
Algumas são anuais, e apenas se podem ver durante um período do ano.
Se quiser conhecer bem a flora terá de visitar o Parque Biológico nas várias estações do ano.
Tal como nós, as plantas dependem da água. Mas esta não pode pôr-se em bicos de pés
porque também depende, e muito, das plantas.
A vida na Terra desdobra-se numa sucessão de interdependências. Tudo está ligado. Se o ser humano cultiva a pretensão de estar acima desta equação básica da sobrevivência degrada a
sustentabilidade da sua própria espécie.
As plantas absorvem o precioso líquido, mas criam solo. Absorvem a água da chuva, do orvalho ou da neve e vão-na soltando ao longo do tempo, fazendo com que os extremos do clima oscilem menos
entre a seca e a inundação.
Como esponjas vivas, as plantas e a terra que criam e protegem são a base dos ecossistemas, cooperando com outros seres — pequenos ou grandes — que devolvem ao solo os nutrientes dela extraídos
pela flora.
Após os incêndios, as plantas fazem-se cinza levada pelo vento e pela chuva. Quanto mais inclinadas as vertentes, mais terra se perde. Fica a rocha à vista, o primeiro
passo para a desertificação. O que demorou séculos a formar-se depressa se perde, caindo nos rios, saturando-os de nutrientes, sufocando a vida aquática.
Quando beber um copo de água, pense no bosque que a ajudou a purificar e que a armazenou para a ir soltando ao longo do ano através de ribeiras e rios...
Estes organismos pertenceram ao reino das plantas durante muito tempo, com a designação de plantas inferiores.
Mas no século XVIII foi-lhes concedido um reino, devido às características
que os distinguem de todos os outros seres vivos. Deste reino fazem parte os bolores, os cogumelos, e as leveduras (fermentos). Os fungos têm como principal habitat o solo, e nas florestas
revelam-se principalmente no Outono, sob a forma de cogumelos, permanecendo invisíveis no resto do ano.
Uma das possíveis origens da palavra fungo deriva da junção das palavras latinas funus e agos, que traduzidas à letra, significam “o que faz cadáver”. Esta visão negativa dos
fungos, como algo ligado à morte e podridão, prevalece ainda no imaginário de muitos. Vemos os seus efeitos negativos nas casas, alimentos e culturas, com os bolores que causam podridão. E talvez
por isso esqueçamos o quanto estes operadores invisíveis influenciam o nosso mundo e o nosso quotidiano, estando na base de florestas, orquídeas, pão e vinho, antibióticos e outros medicamentos,
toxinas e um sem-número de compostos úteis para muitos processos industriais.
Os cogumelos povoaram o nosso imaginário aliado a mundos mágicos, e não sem razão, visto que existem cogumelos alucinogénicos que fazem parte inegável da cultura religiosa da América do Sul.
Entre nós, ficaram eternizados nas casas dos “Estrunfes” e na “Alice no País das Maravilhas”.
No Parque Biológico de Gaia é possível vê-los todo o ano, mas é nos meses de Outubro a Dezembro que despontam os mais vistosos.
O Parque recebe a visita, segundo a estação do ano, de várias espécies de aves migradoras.
A estas juntam-se outras que nele se abrigam e reproduzem durante o ano inteiro.
Estes movimentos migratórios ocorrem em duas épocas do ano: entre o Inverno e a Primavera e entre o fim do Verão e o Outono.
Se os Papa-moscas começam a regressar ao Sul no fim de Agosto, as Garças-reais regressam ao Parque por volta de Novembro.
A anilhagem científica de aves selvagens que decorre no Parque em regime de Estação de Esforço Constante está a possibilitar conhecer de forma mais concisa o contexto de vida destes
animais. Este trabalho, em regra, desde que não chova, decorre nos primeiros e terceiros sábados de manhã de cada mês e os visitantes, durante o percurso, podem assistir a parte deste serviço na
Casa do Chasco.
Os mamíferos selvagens em liberdade estão representados pela raposa ou pela doninha, já que as ginetas têm o hábito de estar mais activas de noite.
Os anfíbios do Parque contam alguns endemismos da Peninsula Ibérica, como a salamandra-lusitânica, a rã-ibérica, o tritão-de-ventre-laranja, entre outros.
Entre os répteis o destaque vai para o lagarto-de-água, também endémico.
O rio Febros, que atravessa os 35 hectares do Parque Biológico, conta também com duas espécies endémicas de peixe: o ruivaco e a boga-do-norte.
O Zoo Santo Inácio tem a sua origem numa propriedade familiar em Avintes, Vila Nova de Gaia, que data de 1702. Aqui se situava a casa de férias dos van-Zeller, uma família burguesa de raízes
Holandesas que nessa época se estabeleceu no Porto para, entre outros interesses, se dedicar ao comércio de Vinho do Porto.
Desde cedo se revelou o interesse desta família pela Natureza. Foi pelas suas mãos que, por exemplo, foi organizada a primeira feira agrícola internacional em Portugal.
No final do século XX, a então Quinta de Santo Inácio encontrava-se nas mãos de uma empresa familiar pertencente a descendentes dos van-Zeller – a Quinta da Aveleda – cujos sócios decidiram
levar a cabo um projeto particularmente interessante e arrojado – a criação de um Parque Zoológico!
A 10 de Junho de 2000 o Zoo Santo Inácio abriu as portas ao público, com muitos atrativos para oferecer a todos os seus visitantes.
A visita a este universo de episódios e relíquias é inspiradora e estimula o nosso imaginário. Os objetos do dia-a-dia povoam a casa, evocando um inesperado regresso aos modos de vida do
passado portuense retratado do séc. XIX. A família abriu os seus portões ao público para que todos possam conhecer este documento histórico inestimável e desfrutar, assim, de um dia diferente e
muito especial.
Um lugar privilegiado onde se respira ar puro e tranquilidade!
Os Jardins dividem-se em duas zonas únicas: Jardins Românticos e Jardins Formais.
Os Jardins e o Bosque constituem uma área muito bonita e fresca, classificada como de interesse público pelo Estado Português (Diário da República de 31 de Julho de 2006). De destacar as
Camélias majestosas, os Eucaliptos centenários, as Rosas de origem Inglesa; as Azáleas coloridas, entre muitas outras espécies.
O Zoo Santo Inácio tem como uma das suas principais funções a Conservação das espécies animais. Num mundo cada vez mais ameaçado para a sobrevivência de qualquer ser vivo (incluindo o ser
humano), temos de fazer todos os esforços para evitar que a vida desapareça.
O Zoo pertence à Associação Europeia de Zoos e Aquários (EAZA) e participa, sempre que possível, nas campanhas de conservação anuais desta associação.