Património Histórico, Religioso e Cultural de Avintes

Avintes é uma das vilas de Vila Nova de Gaia com mais monumentos e cada um deles tem o seu encanto e história, que embelezam ainda mais a freguesia.

igreja matriz de s.pedro de avintes
altar com a imagem de s.pedro

Igreja Matriz S.Pedro de Avintes
A Igreja paroquial foi construída em 1787. Orientada para ocidente, possui uma fachada modesta, mas com limites arquitetónicos bastante harmónicos.
Edifício coberto de azulejos antigos, ao lado ergue-se a torre, um pouco desalinhada da fachada por uma pirâmide quadrangular, onde se encontram quatro sinos de fabrico recente.
Dentro da igreja, no altar, destaca-se um nicho, onde se pode observar a imagem de S. Pedro, padroeiro de Avintes. O altar-mor e os altares do transepto são belos exemplares de talha joanina, elegantes e equilibrados.

 

 

 

Capelas

capela nossa senhora dos prazeres

Capela Nossa Senhora dos Prazeres
De arquitetura muito simples, é constituída por quatro colunas torcidas, encimadas por capitéis, e no centro por um retiro emoldurado com a pintura da Virgem a fugir para o Egipto.
Pensa-se que a capela já existiria no século XVI.

 

capela da quinta de fiães

Capela da Quinta de Fiães
Dedicada a Sto. António de Loyola, possui uma fachada barroca e um altar em estilo neoclássico, com quatro colunas, duas das quais, falsas, rematadas por capitéis de influência jónica. Dentro da igreja, ao centro, encontra-se uma pintura a óleo que representa a aparição da Virgem a S. Pedro. Existem ainda as imagens de Santo Inácio e de S. Francisco Xavier.

 

 

Capela de Santa Isabel
A mais antiga foi inaugurada em 1868 e aí venerava-se a imagem de Santa Isabel. A segunda construção, inaugurada em 1932, situa-se ao lado da primeira capela.

 

 

 

capela da quinta da gandra

Capela da Quinta da Gandra
Em estilo barroco, exibe na cúpula uma cruz ladeada por archotes. Sobre a porta, apresenta uma rosácea ornamentada por um fino cordão e, no interior, encontra-se um retábulo com duas colunas de capitéis coríntios e mísulas laterais. Ao centro, é visível a imagem da Nossa Senhora do Carmo, ladeada por dois querubins, num nicho emoldurado com fina talha e folhas de acanto, e, por baixo, encontra-se a imagem de Nossa Senhora das Dores, num outro nicho.
Dentro do mesmo estilo, encontramos ainda a capela de Santo António na Quinta de Porcas.

 

igreja do senhor dos aflitos

Capela do Sr. dos Aflitos (Igreja)
Sendo uma das mais antigas existentes em Avintes, é também das mais modestas. É uma pequena capela, com uma porta redonda e uma cruz a rematá-la. No interior, há um pequeno altar com uma coluna jónica, que tem no capitel a data de 1662; sobre este, assenta uma cruz com a imagem de Jesus Cristo, talhada na mesma pedra, e por baixo encontra-se a imagem de Nossa Senhora das Dores. A decoração, bastante simples, apresenta apenas dois anjos de madeira e a pia da água benta.

capela do senhor do palheirinho

Capela do Senhor do Palheirinho
A capela do Senhor do Palheirinho foi construída em 1790, a mando de duas irmãs que viviam naquele lugar, num pequeno casebre, um palheirinho. Dentro da igreja, encontramos ainda a imagem de Santo António pintado e retocado e a imagem de Santa Quitéria.
 

Lenda da Capela do Sr.Palheirinho

Há muitos anos, no município de Vila Nova de Gaia, em Avintes, vivia num palheiro uma pobre e piedosa viúva. Perto deste local, num lugar de fé, morava um abastado lavrador e a sua esposa. Este lavrador era conhecido por ser um homem maldoso, ao contrário da sua esposa, que era uma mulher caridosa e que tratava dos doentes e dos mais necessitados enchendo-lhes a despensa. Um dia, o lavrador descobriu as atividades da sua esposa e, como ficou furioso, disse-lhe:
 - Faz as malas e vai-te embora.
Perante esta atitude, ela respondeu:
- Vou embora, mas vou continuar a praticar o bem. ADEUS!
Pegou na sua trouxa e seguiu caminho, dirigindo-se para o palheiro onde vivia a sua amiga. Esta recebeu-a carinhosamente.
  - Minha amiga, o que fazes com essa trouxa?
  - Foi o meu marido que me expulsou de casa.
Desta forma, as duas resolveram viver juntas, praticando o bem e ajudando, gratuitamente, quem precisasse. Essas duas senhoras eram tão conhecidas pela sua santidade que as pessoas lhes pediam para rezar pelas suas almas, dando-lhes esmolas como forma de agradecimento.
Ambas tinham o sonho de construir um templo. Assim, quando julgaram ter amealhado o suficiente, iniciaram a construção do mesmo e, ao lado, uma casa onde juntas pudessem viver. A imagem de Cristo crucificado na capela passou a ser conhecido por senhor do palheirinho, por ter sido o palheiro a habitação e o local de oração das senhoras.

Alminhas

alminhas

As Alminhas são testemunhas do fervor religioso popular. Um dos mais belos exemplares desta arquitetura popular encontra-se no lugar de Campos, tendo no seu interior um Cristo pintado numa cruz de granito.

Cruzeiros

cruzeiro

Uma outra prova da fé popular são os cruzeiros, que também se encontram por toda a parte, aliás, Avintes é das freguesias do concelho que mais cruzeiros reúne. De entre os vários cruzeiros, destaca-se um tosco, talhado em granito, que tem incrustado as chaves de S. Pedro.

cruzeiro do alferes

Existe ainda o Cruzeiro do Alferes, levantado em 1737, no cruzamento da rua 5 de Outubro com a rua da Escola Central. O seu nome deriva do facto de ter sido um antigo alferes que o mandou construir. No alto do pedestal, encontra-se a imagem da Senhora do Bom Sucesso.

Pedra da audiência

pedra da audiência

Uma mesa larga de granito, ladeada por dois bancos e encabeçada por outro mais alto, atrás do qual se ergue um majestoso, frondoso e velho sobreiro. Tratava-se de uma espécie de tribunal ao ar livre, cujo sobreiro com uma ampla copa proporcionava a necessária sombra durante as sessões.
Gravada na pedra da mesa, encontra-se a data de 1742, ano em que a pedra de audiência no lugar da quinta foi erigida. Antes de existir a pedra da audiência, os julgamentos ter-se-iam efetuado nas igrejas e mais tarde nos adros pousadouros, a partir de 1724 passaram a realizar-se ali.
Todas as quartas-feiras, pelo meio-dia, sentavam-se o juiz do couto, o escrivão e o meirinho para julgar e pronunciar as decisões.

Padeira de Avintes

padeira de avintes

Esculpida em bronze assente numa base de granito lavrado, é de autoria do escultor Henrique Moreira, foi inaugurada em 1974. A padeira de Avintes é recordada pela alegria com que participava nas “pelas” da procissão do “Chorpus Christi”. Com o seu traje típico (lenço branco em pregas, cruzado sobre o peito), é o modelo das mulheres de Avintes. Nesta figura típica estão representados vários dos ofícios de Avintes.

 

Junta de Freguesia

junta de freguesia de avintes

No século XX, a Junta passou a reunir no edifício das escolas paroquiais, procedendo-se em 1984 a obras de adaptação do edifício para esse fim. Atualmente, a Junta desenvolve atividades culturais, assim como o funcionamento de uma Biblioteca Pública.

Quintas

solar van-zeller

Solar Van-Zeller

Desde 1702, o solar da Quinta de Santo Inácio foi mandado construir para servir como residência de verão a uma prestigiada família burguesa ligada ao comércio do Vinho do Porto, os Van-Zeller.
Após três séculos em que a casa foi palco de vários acontecimentos históricos e testemunho das vivências das sucessivas gerações que a habitaram, a família abriu os seus portões ao público para que todos a possam conhecer.

solar van-zeller

A visita à casa mostra-nos as memórias do quotidiano de uma família.
A casa desvenda-nos a vida da época e região onde há objetos curiosos por toda a parte e outros vanguardistas para a época.

solar van-zeller

Festas e Romarias

As festas populares hoje ligadas ao calendário e manifestações religiosas têm, a maior parte delas, uma raiz profana que remonta, pelo menos, à época da ocupação romana.

 

Festa do Senhor dos Passos

Realizada no quinto domingo da Quaresma, a principal manifestação é a magnífica procissão que percorre as artérias mais importantes da freguesia.

 

 

Festas da Nossa Senhora dos Prazeres
Decorre no domingo a seguir ao Santo António.
 
Festa da Nossa Senhora das Necessidades
Realiza-se no segundo domingo de julho desde 1747.

Festa de Nosso Sr. do Palheirinho

Festa de Nosso Sr. do Palheirinho
Realiza-se no primeiro domingo de agosto e encerra o ciclo das festividades religiosas.

broa de avintes

Festa da Broa
A broa de Avintes é o produto mais afamado e popular da freguesia de Avintes. De pequenas dimensões mas bastante densa e pesada, a broa de Avintes distingue-se bem pelo característico formato e pelo inimitável sabor. A festa da broa realiza-se desde 1988, na última de agosto.

 

 

cascata

Cascatas de Santos Populares

Avintes é ainda conhecida como a terra dos cascateiros. A Cascata é como um pequeno mundo, um mundo criado e recriado à semelhança do existente na realidade.

 

 

cascata

Teatro

O Teatro é um dos grandes vetores de expressão da Cultura Avintense. Na expressão, feliz, do escritor José Vaz, é uma arte onde os protagonistas se podem definir como "Os emprestadores da Alma". Homens e mulheres que não fazem desta arte profissão, mas que só são amadores na forma como, de facto, amam cada personagem que representam. Na atualidade, "Os Plebeus" e o "Grupo Mérito Dramático Avintense" são os dois grandes protagonistas da cena teatral avintense.
Assim, Avintes é considerada a capital do teatro amador de Portugal.

 

Património Ambiental e Natural de Avintes

Parque Biológico de Gaia

História

Instalado em 1983 pela Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, o Parque Biológico de Gaia abriu as portas inicialmente com dois hectares.
Entre 1997 e 1998, o Parque levou a cabo um ambicioso programa para melhorar as condições de recepção de visitantes, reabrindo ao público dotado de um Centro de Acolhimento - com auditório, salas de exposições, condições de alojamento, posto de venda, bar e esplanada - e com a sua área ampliada para 35 hectares.
 

A necessidade da existência do Parque começou a ser sentida a partir dos anos 70, quando escolas e outras instituições começaram a solicitar às Associações de Defesa do Ambiente e outros organismos de Conservação da Natureza a organização de aulas de campo e visitas de estudo a locais adequados.
Perante essas solicitações, no Norte foram realizadas acções de contacto com a natureza no Parque Nacional de Peneda-Gerês, na Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto, na Barrinha de Esmoriz, e na Serra de S. Justa, entre outros locais.
Nem sempre porém esses sítios estavam preparados e equipados para o objectivo que os norteava: faltavam-lhes centros de acolhimento, percursos marcados, informação e equipamentos para desenvolvimento de actividades conexas.
Pensou-se então em procurar na periferia do Porto, na área rural-urbana, onde se situam as velhas quintas abandonadas, um local disponível para a instalação de um "equipamento de educação ambiental".
Não havia qualquer projecto nem modelo pré-fixado para o "equipamento" pretendido, mas tão-só algumas ideias:

- Mostrar a natureza próxima da cidade, sem fazer porém uma reserva natural;

- Mostrar a fauna, sem fazer porém um jardim zoológico;
- Mostrar a flora selvagem, sem fazer porém um jardim botânico;

- Preservar e mostrar o património cultural, sem fazer porém um museu ou eco-museu.

Então, em 1982, a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia sugeriu a possibilidade do projecto arrancar numa velha quinta que acabava de ser comprada para instalação do horto municipal; a localização era conveniente, a paisagem interessante, a dimensão apropriada.
Perante a total falta de experiência, em Portugal, relativa a centros de iniciação ambiental, optou-se, com o apoio do Comité dos Desafios da Sociedade Moderna, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), por efectuar uma visita de estudo a diversos equipamentos com finalidades semelhantes espalhados pela Europa, no fito de recolher as ideias que a eles presidiram.
O projecto Parque Biológico, finalmente concluído no final de 1983, é o resultado de todas estas experiências visitadas.
O Parque Biológico de Gaia deixa de ser um departamento da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia e ganha autonomia ao transformar-se em Empresa Municipal em 28 de Julho de 2000.
Em finais de 2010 a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia delibera fundir duas empresas municipais: as Águas de Gaia e o Parque Biológico de Gaia.

O que é?

parque biológico de gaia

Situado na periferia da cidade de Vila Nova de Gaia, freguesias de Avintes e Vilar de Andorinho, o Parque Biológico estende-se pelo vale do rio Febros, um afluente da margem esquerda do Douro, em cuja proximidade se disseminam velhas casas rurais, moinhos e engenhos de buchas.
Os troços da magnífica paisagem de que ainda hoje podemos fruir são o fruto da acção do Homem sobre a natureza, na sua busca de melhores condições para a agricultura, a criação de gado, a moagem e, em geral, para todas as suas actividades.
Durante séculos, quem por aqui se deteve – por exemplo as gentes que ergueram a Mamoa de Lijo (dólmen descrito num documento de 1116, localizado perto do Parque Biológico e hoje desconhecido); que construíram o Castro do Guedes (aldeia fortificada pré-romana, localizada a 500 m do Parque); que povoaram a "villa abientes" doada por D. Gundesindo ao Mosteiro da Lavra no ano de 897; que demandaram Santiago de Compostela pela "Estrada de Viseu" (a qual cruza o Parque) – procedeu ao arroteio dos bosques e florestas, à construção de muros e socalcos, à abertura de minas e poços, à modelação e fixação do leito do rio Febros para a instalação de moinhos, e à substituição das espécies vegetais originais por outras com maior interesse agrícola ou florestal.
A altitude do Parque varia somente entre os 47,8 m e os 98 m e o seu relevo é em grande parte artificial, uma vez que os antigos lavradores armaram o terreno em socalcos.
Do ponto de vista climatológico, o Parque Biológico situa-se numa região de clima geral marítimo-atlântico, caracterizado por um Verão fresco e um Inverno agradável, e uma precipitação superior a 1000 mm. As brumas são frequentes, mesmo no Verão, e ar é bastante húmido todo o ano. 
O Parque está contudo situado numa zona microclimática parcialmente protegida dos ventos atlânticos pela sua baixa altitude e pela presença de uma pequena montanha (Monte da Virgem, 233 m); os sinais de clima continental fazem já notar-se, através de temperaturas mais extremas do que no resto da região.

Parque Biológico: memorial do espaço rural e zona de lazer

A boa aceitação que o Parque Biológico tem junto da população urbana e suburbana da região reside no facto de ele constituir um memorial do espaço rural anterior à urbanização e, nele, os visitantes, muitos originários desse mesmo mundo, encontrarem as referências da juventude.
Assim sendo, o Parque desempenha uma das mais importantes funções das zonas verdes, o contacto com a natureza fonte de equilíbrio psicológico. 
Esta função é potenciada pela aparente desorganização espacial do Parque, resultante da recusa do modelo de jardim ou parque formal. 
De facto no Parque Biológico procura-se preservar a paisagem típica da região, ao tempo em que ela era essencialmente um grande espaço agrícola.
Os elementos dessa paisagem – as bouças, os campos de cultivo, os caminhos vicinais, as casas rurais, os moinhos, o ribeiro, os muros, as noras, os açudes, a fauna selvagem e a flora espontânea, o homem e a sua cultura – estão representados no Parque Biológico e são preservados e explicados ao visitante que ali revê o moinho da sua infância ou a poça de água do ribeiro onde aprendeu a nadar.
Da compreensão dessa paisagem e da comparação com a envolvente próxima, rur-urbana e urbana, resulta uma maior sensibilização para os problemas do ambiente.
No Parque Biológico, mais importante do que aprender o nome das árvores ou das aves, é perceber o contraste, largar a estrada e entrar nos caminhos, deixar para trás o barulho dos carros e ouvir os pássaros e o marulhar do rio Febros e, após uma hora ou hora e meia de mergulho no mundo que estamos a perder, regressar de chofre à confusão de uma movimentada cidade.
Assim se abrem os olhos e os espíritos para a necessidade de planear o território, de manter amplos espaços verdes nas cidades, de proteger os rios, a fauna, a flora, a construção tradicional, todo um conjunto de valores referenciais da nossa civilização. 
A educação ambiental é um processo de cativação e envolvimento do cidadão na resolução dos problemas ambientais que afligem a Humanidade; uma boa maneira de começar esse processo é pela demonstração das contradições da grande cidade, e do que isso significa para cada um de nós em termos de qualidade de vida.

Património cultural

No Parque Biológico procura-se preservar a paisagem típica da região, ao tempo em que ela era essencialmente um grande espaço agrícola. 


Os elementos dessa paisagem - as bouças, os campos de cultivo, os caminhos vicinais, as casas rurais, os moinhos, o ribeiro, os muros, as noras, os açudes, a fauna selvagem e a flora espontânea, o homem e a sua cultura - estão representados no Parque Biológico e são preservados e explicados ao visitante que ali revê o moinho da sua infância ou a poça de água do ribeiro onde aprendeu a nadar.


Da compreensão dessa paisagem e da comparação com a envolvente próxima, rur-urbana e urbana, resulta uma maior sensibilização para os problemas do ambiente. 
No Parque Biológico, mais importante do que aprender o nome das árvores ou das aves, é perceber o contraste, largar a estrada e entrar nos caminhos, deixar para trás o barulho dos carros e ouvir os pássaros e o marulhar do rio Febros, e após uma hora ou hora e meia de mergulho no mundo que estamos a perder, regressar de chofre à confusão de uma movimentada cidade. 


Assim se abrem os olhos e os espíritos para a necessidade de planear o território, de manter amplos espaços verdes nas cidades, de proteger os rios, a fauna, a flora, a construção tradicional, todo um conjunto de valores referenciais da nossa civilização. 

A educação ambiental é um processo de cativação e envolvimento do cidadão na resolução dos problemas ambientais que afligem a Humanidade; uma boa maneira de começar esse processo é pela demonstração das contradições da grande cidade, e do que isso significa para cada um de nós em termos de qualidade de vida.

 

parque biológico de gaia

A foto ilustra um dos engenhos-de-buchas do Parque, um dos antigos sistemas de elevar água dos poços, para rega. Característico da região entre Estarreja e Matosinhos, este mecanismo era movido pela força de um animal.

Flora

parque biológico de gaia

A flora natural do parque é muito variada: mais de 200 espécies de plantas selvagens estão inventariadas.
Algumas são anuais, e apenas se podem ver durante um período do ano.
Se quiser conhecer bem a flora terá de visitar o Parque Biológico nas várias estações do ano. 
 
Tal como nós, as plantas dependem da água. Mas esta não pode pôr-se em bicos de pés porque também depende, e muito, das plantas.
A vida na Terra desdobra-se numa sucessão de interdependências. Tudo está ligado. Se o ser humano cultiva a pretensão de estar acima desta equação básica da sobrevivência degrada a sustentabilidade da sua própria espécie.
As plantas absorvem o precioso líquido, mas criam solo. Absorvem a água da chuva, do orvalho ou da neve e vão-na soltando ao longo do tempo, fazendo com que os extremos do clima oscilem menos entre a seca e a inundação.
Como esponjas vivas, as plantas e a terra que criam e protegem são a base dos ecossistemas, cooperando com outros seres — pequenos ou grandes — que devolvem ao solo os nutrientes dela extraídos pela flora.  
Após os incêndios, as plantas fazem-se cinza levada pelo vento e pela chuva. Quanto mais inclinadas as vertentes, mais terra se perde. Fica a rocha à vista, o primeiro passo para a desertificação. O que demorou séculos a formar-se depressa se perde, caindo nos rios, saturando-os de nutrientes, sufocando a vida aquática.
Quando beber um copo de água, pense no bosque que a ajudou a purificar e que a armazenou para a ir soltando ao longo do ano através de ribeiras e rios...

Fungos

Estes organismos pertenceram ao reino das plantas durante muito tempo, com a designação de plantas inferiores. 

Mas no século XVIII foi-lhes concedido um reino, devido às características que os distinguem de todos os outros seres vivos. Deste reino fazem parte os bolores, os cogumelos, e as leveduras (fermentos). Os fungos têm como principal habitat o solo, e nas florestas revelam-se principalmente no Outono, sob a forma de cogumelos, permanecendo invisíveis no resto do ano. 


Uma das possíveis origens da palavra fungo deriva da junção das palavras latinas funus e agos, que traduzidas à letra, significam “o que faz cadáver”. Esta visão negativa dos fungos, como algo ligado à morte e podridão, prevalece ainda no imaginário de muitos. Vemos os seus efeitos negativos nas casas, alimentos e culturas, com os bolores que causam podridão. E talvez por isso esqueçamos o quanto estes operadores invisíveis influenciam o nosso mundo e o nosso quotidiano, estando na base de florestas, orquídeas, pão e vinho, antibióticos e outros medicamentos, toxinas e um sem-número de compostos úteis para muitos processos industriais. 


Os cogumelos povoaram o nosso imaginário aliado a mundos mágicos, e não sem razão, visto que existem cogumelos alucinogénicos que fazem parte inegável da cultura religiosa da América do Sul. Entre nós, ficaram eternizados nas casas dos “Estrunfes” e na “Alice no País das Maravilhas”.


No Parque Biológico de Gaia é possível vê-los todo o ano, mas é nos meses de Outubro a Dezembro que despontam os mais vistosos.

Fauna

parque biológico de gaia

O Parque recebe a visita, segundo a estação do ano, de várias espécies de aves migradoras.
A estas juntam-se outras que nele se abrigam e reproduzem durante o ano inteiro.
Estes movimentos migratórios ocorrem em duas épocas do ano: entre o Inverno e a Primavera e entre o fim do Verão e o Outono.
Se os Papa-moscas começam a regressar ao Sul no fim de Agosto, as Garças-reais regressam ao Parque por volta de Novembro.
A anilhagem científica de aves selvagens que decorre no Parque em regime de Estação de Esforço Constante está  a possibilitar conhecer de forma mais concisa o contexto de vida destes animais. Este trabalho, em regra, desde que não chova, decorre nos primeiros e terceiros sábados de manhã de cada mês e os visitantes, durante o percurso, podem assistir a parte deste serviço na Casa do Chasco.
Os mamíferos selvagens em liberdade estão representados pela raposa ou pela doninha, já que as ginetas têm o hábito de estar mais activas de noite.
Os anfíbios do Parque contam alguns endemismos da Peninsula Ibérica, como a salamandra-lusitânica, a rã-ibérica, o tritão-de-ventre-laranja, entre outros.
Entre os répteis o destaque vai para o lagarto-de-água, também endémico.
O rio Febros, que atravessa os 35 hectares do Parque Biológico, conta também com duas espécies endémicas de peixe: o ruivaco e a boga-do-norte.

Zoo Santo Inácio

História

O Zoo Santo Inácio tem a sua origem numa propriedade familiar em Avintes, Vila Nova de Gaia, que data de 1702. Aqui se situava a casa de férias dos van-Zeller, uma família burguesa de raízes Holandesas que nessa época se estabeleceu no Porto para, entre outros interesses, se dedicar ao comércio de Vinho do Porto.
Desde cedo se revelou o interesse desta família pela Natureza. Foi pelas suas mãos que, por exemplo, foi organizada a primeira feira agrícola internacional em Portugal.
No final do século XX, a então Quinta de Santo Inácio encontrava-se nas mãos de uma empresa familiar pertencente a descendentes dos van-Zeller – a Quinta da Aveleda – cujos sócios decidiram levar a cabo um projeto particularmente interessante e arrojado – a criação de um Parque Zoológico!
A 10 de Junho de 2000 o Zoo Santo Inácio abriu as portas ao público, com muitos atrativos para oferecer a todos os seus visitantes.

Casa Museu & Jardins

A visita a este universo de episódios e relíquias é inspiradora e estimula o nosso imaginário. Os objetos do dia-a-dia povoam a casa, evocando um inesperado regresso aos modos de vida do passado portuense retratado do séc. XIX. A família abriu os seus portões ao público para que todos possam conhecer este documento histórico inestimável e desfrutar, assim, de um dia diferente e muito especial.

Um lugar privilegiado onde se respira ar puro e tranquilidade!
Os Jardins dividem-se em duas zonas únicas: Jardins Românticos e Jardins Formais.
Os Jardins e o Bosque constituem uma área muito bonita e fresca, classificada como de interesse público pelo Estado Português (Diário da República de 31 de Julho de 2006). De destacar as Camélias majestosas, os Eucaliptos centenários, as Rosas de origem Inglesa; as Azáleas coloridas, entre muitas outras espécies.

Zoo - Conservação da Natureza

O Zoo Santo Inácio tem como uma das suas principais funções a Conservação das espécies animais. Num mundo cada vez mais ameaçado para a sobrevivência de qualquer ser vivo (incluindo o ser humano), temos de fazer todos os esforços para evitar que a vida desapareça.
O Zoo pertence à Associação Europeia de Zoos e Aquários (EAZA) e participa, sempre que possível, nas campanhas de conservação anuais desta associação.


Alimentação dos pinguins

Demonstração de aves de rapina

Demonstração de répteis

Demonstração de vida selvagem

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ministério da educação e ciência